Segundo Flávio Kiefer, os museus são tão antigos quanto a própria história da humanidade. Eles existem desde que o ser humano começou a colecionar e guardar objetos de valor em salas construídas especialmente para esse fim. Hoje, os museus são mais do que ambientes que organizam a história: seus programas são diversos e complexos, seus espaços flexíveis, e as inovações são constantes nas áreas de conservação, exibição e iluminação da obra de arte. O Arquicast da semana conversou com o arquiteto e especialista Carlos Eduardo Ribeiro sobre Arquitetura de Museus e todo o debate que envolve este prestigiado programa arquitetônico.
Começamos nosso cast atualizando o conceito de museu a partir do que estipula o Conselho Internacional de Museus (ICOM), que parece caminhar para uma aproximação da instituição museu com a população. Mais do que adquirir para colecionar e exibir, os museus vêm se tornando centros de estudo e pesquisa, local de aprendizagem e deleite sobre a arte em suas mais diferentes formas, à serviço da sociedade. E tal interesse de aproximação com a população em geral parece surtir efeito, na medida em que o número de visitantes cresce a cada ano em diferentes países, inclusive no Brasil.
Naturalmente, a arquitetura é parte essencial do ato de expor objetos de arte e estes nunca estiveram dissociados daquela. Pelo contrário, parte da evolução do museu como um espaço de valor arquitetônico se deve à própria evolução da noção de arte e sua relação com o espectador. Além de ser um objeto com programa de necessidades em constante ampliação, o que torna o museu uma oportunidade de projeto bastante sedutora para qualquer arquiteto e sempre com grande repercussão social.
Passamos também pela definição dos termos museografia e museologia e como ambos ajudam a construir instrumentos teóricos e práticos que auxiliam na leitura e feitura desses espaços. Termos que também acompanharam as mudanças de paradigma de cada época, desde o século XVIII até os dias atuais, refletindo em tipologias diferentes de edifícios em sua configuração espacial e em seu programa.
Para além de sua espacialidade interna, o museu é também instrumento de transformação urbana, como demonstraram alguns exemplos já clássicos, tendo no Guggenheim de Bilbao, de Frank Ghery, o exemplo maior neste sentido. Ou seja, quando a arquitetura torna-se o próprio objeto de interesse de quem o visita e o debate sobre o espaço ultrapassa a relação com a obra de arte. Temática da contemporaneidade que, apesar de polêmica, é ainda pertinente no contexto de globalização cultural em que vivemos.
Para saber mais sobre este assunto tão caro aos arquitetos, ouça o cast aqui.
Texto de Aline Cruz